O bordado madeirense existe desde o início do povoamento do arquipélago, mas foi só partir da segunda metade do século XIX que este produto manufacturado começou a ser reconhecido como mercadoria do sistema de trocas da ilha com o exterior e entrou na economia familiar de muitos madeirenses. Esta circunstância é considerada como uma iniciativa de Miss Phelps por ter sido ela, segundo a tradição, a abrir o caminho para o mercado britânico. A partir de então o bordado, que era considerado um produto caseiro, assumiu a dimensão de produto mercantil. Com a nova dinâmica que o negócio adquiriu, apareceram as casas e os exportadores especializados no seu comércio, os quais originaram uma mudança radical no sector produtivo. A garantia e continuidade do processo de fabrico e circulação da mercadoria passaram a estar garantidas pelas Casas de Bordado. O aparecimento das Casas de Bordados e o interesse cada vez maior de estrangeiros nomeadamente ingleses, alemães, norte-americanos e sírios pelas peças bordadas conduziram à passagem do processo artesanal para industrial. O bordado deixou então de ser uma livre criação da bordadeira e passou a estar sujeito à vontade do desenhador e à mestria das mãos da bordadeira. Por outro lado, e como é sabido, a primeira metade do século XX foi um período difícil para todo o Mundo. As duas Guerras Mundiais travaram o progresso e o comércio. Ainda assim, o Bordado Madeira manteve-se na economia local, sendo juntamente com o vinho as marcas que identificam a Madeira. Enquanto houver quem valorize o trabalho da agulha, o bordado madeirense não deixará de existir. Ainda hoje, passados os momentos de fulgor da produção e comércio do bordado, a ilha continua a ser identificada pela fama do seu bordado. Apenas mudaram as possibilidades de acesso a estas autênticas obras de arte. |
quinta-feira, 22 de abril de 2010
História do Bordado Madeira
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